domingo, 14 de junho de 2015

POR CÁ....

A vida não está fácil.
Marido nas urgências do hospital durante 48H, pela perda quase repentina da parte motora (pernas).
Fez uma série de exames e estava tudo bem ou seja dentro do normal dele. Dizem-me que a perda de movimentos é motivada pela epilepsia resultante do AVC. Dão-lhe alta sem ele praticamente se segurar em pé. Nestes casos não seria aconselhável um internamente até o paciente estar minimamente em condições? Mas, não! Veio para casa em ambulância paga por nós. Não se preocuparam em saber se eu tinha condições para tomar conta de um doente sem mobilidade e que pesa 86Kg. Ontem não o conseguia levantar da cama. Como foi tudo em cima do acontecimento só às 12.30H é que consegui apoio domiciliário para vir uma pessoa cá a casa levantá-lo. À noite com medo de não o conseguir deitar pedi de novo auxilio. E hoje já com umas ligeiras melhoras, pelo menos conseguiu levantar-se só com a minha ajuda, veio a mesma pessoa para ajudar no banho. Tenho medo que ele caia e assim é mais seguro. Tudo isto pago por nós. Felizmente posso, mas se não pudesse, na mesma, não tinha havido preocupação da parte do hospital em dar alta.  Ainda disse: mas vão dar-lhe alta quando ele nem se segura de pé? Resposta: ele não tem nada e recupera em casa.Também me custa todos os meses descontar tanto dinheiro em impostos e quando necessito não ter apoio nenhum. Hoje está a dar uns passinhos muito trôpego e com ajuda, não consegue levantar-se sozinho e precisa de fralda. Não sei o que vou fazer, vou tirar uma semana de férias a ver se ele recupera, depois não sei. Moro num 1º andar sem elevador e nem pensar em fazê-lo descer escadas pelo que a hipótese da ida para o centro de dia, como era habitual, está posta de parte. 
Em relação ao Hospital, no que diz respeito a exames e análises funcionou bem. Não funcionou estar 48H em observação numa cama sem qualquer conforto. À conta disso tem uma ferida nas costas. Outra coisa que me está a preocupar. Não funcionou a parte social. Continuo a dizer que não se dá alta a um paciente nas condições dele. Faz tanta falta unidades para tratamentos de cuidados continuados!
Mas é o país que temos e cada um que se "desenrasque" à sua maneira e como puder.


5 comentários:

Os olhares da Gracinha! disse...

Meu Deus como a entendo!
Passámos tanto com os constantes internamentos da mãe...ao longo de quase 5 anos...acamada e com tantas complicações!
É muito difícil ser cuidador...e mais ainda querer cuidar e não ter meios para o fazer!
Só quem passa "por elas" é que sabe o quão difícil é vivermos situações com a que está viver!
Que consiga superar as suas dificuldades é o meu maior desejo!
E que Deus vos proteja!!!
Bj amigo

O meu pensamento viaja disse...

Minha amiga, tens a minha absoluta solidariedade.
É terrível não poder contar com o apoio a que se tem direito.
Realmente, no caso, o ideal seria o internamento num centro de cuidados continuados. Deverias falar com o médico de família para que agilizasse o processo.
Veres o teu marido nessa situação é terrível. Desejo sinceramente que sejas forte, que não te deixes abater, que consigas gerir tão penosa situação.
Um grande abraço da Nina

Ana Maria Braga disse...

Montana, como lhe entendo!
Deve ser muito difícil ser cuidadora!!
E o pior é não ter condições para isso.
Aqui no Brasil é bem pior com certeza.
Temos mesmo que contratar uma cuidadora particular num caso assim.
Faço votos que vc. consiga superar essas dificuldades.
Deus lhes protejam!!!
Bjs

Liliane de Paula disse...

Montana, minha opinião é completamente diferente das colegas.
Como médica, digo que o fato de não andar não justifica internação.
E que paciente internado é um perigo adquirir infecções respiratória graves.
Eu sei que é difícil cuidar de paciente crônico.
Os Planos de Saúde gastariam menos se tivesse locais apropriados(não Hospitais)para cuidar desses pacientes.
As casas de repouso daqui, custam muitíssimo caro.
E os Planos de Saúde, não ajudam(pagam)uma parte, pelo menos.
Pior é que a população envelhece sem um serviço de saúde eficiente.
Já penso de como será comigo.

O meu pensamento viaja disse...

Montana, tenhom pensado em ti, amiga. Como está a situação?
Conseguiste internamento nos cuidados continuados? Oxalá!
Beijo